segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Pedagogia de Projetos

Uma nova proposta de aprendizagem para a Escola Dominical

A Pedagogia de Projetos surgiu no início do século passado com o americano John Dewey. Este renomado educador, baseou-se na concepção de que a “educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura”. Em outras palavras, a escola deve representar a vida prática, presente, do cotidiano.
No âmbito da educação cristã, os ensinamentos bíblicos ministrados na ED têm de sair do campo teórico para o prático, ou seja, os conteúdos de ensino devem despertar nos alunos motivação para mudança de comportamento. O professor precisa estar ciente de que todo o ensinamento bíblico ministrado na ED está, naturalmente, carregado de realidade e senso prático: “Ponham em prática o que vocês receberam e aprenderam de mim, tanto as minhas palavras como as minhas ações…” (Fp 4.9 ARA).
O que é Pedagogia de Projetos
Pedagogia de Projetos pode ser definida como um método no qual a classe se ocupa em atividades proveitosas e com propósitos definidos. Em outras palavras, é o ensino através da experiência. Este método coloca o aluno em contato com algum projeto concreto em que esteja interessado e em que planeje o empreendimento, colha as informações, e finalmente, leve a efeito os seus planos.
É necessário que o projeto vise um propósito real, e tenha valor prático para o ensino. Na Escola Dominical, o método de projetos assume um aspecto extracurricular, isto é, não é feito totalmente dentro do período de aula. Muitos trabalhos são iniciados em casa e concluídos na sala de aula.
Considerações importantes
No trabalho com projetos o próprio aluno constrói o conhecimento. O professor apenas propõe situações de ensino baseadas nas descobertas espontâneas e significativas dos alunos.
Com o trabalho de projetos, aprender deixa de ser um simples ato de memorização e ensinar não significa mais repassar conteúdos prontos. Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada.
Objetivos
Em virtude de as atividades educativas serem elaboradas por alunos e professores, um dos principais objetivos da Pedagogia de Projetos é promover a integração e a cooperação entre docentes e discentes em sala de aula.
Os projetos devem visar também a resolução de algum problema ou algum empreendimento que esteja em harmonia com os interesses dos alunos, e relacionados às suas próprias experiências.
Principais características
Uma das principais características de um trabalho educativo realizado por projetos é a intencionalidade. Todo projeto deve ser orientado por objetivos claros e bem definidos. O que pretendo com a realização deste trabalho? Quais resultados posso esperar? Em que sentido meus alunos serão modificados?
A flexibilidade é outra característica importante. O planejamento de trabalho deve ser flexível, de modo que o tempo e as condições para desenvolvê-lo sejam sempre reavaliados em função dos objetivos inicialmente propostos, dos recursos à disposição do grupo e das circunstâncias que envolvem o projeto.
A originalidade do projeto demonstra que cada grupo é único, isto é, possui características próprias. Seus participantes têm ritmos e estilos diferentes. Portanto, o trabalho de um grupo não deve ser comparado com o de outro ou contestado. A resolução do problema proposto pelo projeto de trabalho, se dará em função das experiências e expectativas dos componentes de cada grupo. O projeto de trabalho deve se desenvolver apoiado na realidade de cada grupo.
Mudanças de paradigmas necessárias ao trabalho com projetos
O que precisa ser modificado numa proposta de ensino voltada para projetos?
1. O conceito e a metodologia de ensino.
a) Ensinar não é somente transmitir conhecimentos. Ensinar não é somente transferir conhecimento de uma cabeça a outra, não é somente comunicar. Ensinar é fazer pensar, é estimular para a identificação e resolução de problemas, é ajudar a criar novos hábitos de pensamento e ação.
b) O ensino deve ser centrado no aluno e não no professor ou conteúdo. O ensino centrado no aluno tem por objetivo criar condições favoráveis que facilitem a aprendizagem e liberar a capacidade de auto-aprendizagem do aluno, visando o seu desenvolvimento intelectual e emocional.
c) O ensino deve ser participativo e não unilateral. O aluno participa ativamente do processo ensino-aprendizagem, em vez de comportar-se passivamente como receptáculo do conhecimento alheio.
d) O ensino deve visar o contato do aluno direto com a realidade. A maioria dos professores utiliza-se da preleção (exposição oral) para ministrar suas aulas: explanações, informações, definições, enumerações, comentários, tudo transmitido oralmente. O professor precisa evitar o excesso de verbalismo em suas aulas. Precisa mostrar aos alunos os elementos relacionados às palavras a que se referem. O professor deve trabalhar com recursos didáticos visuais e audiovisuais: ilustrações, cartazes, gráficos, fotos, desenhos, figuras, gravuras, mapas, objetos, materiais tridimensionais etc.
O professor não deve apenas narrar um fato para que se chegue aos ouvidos, mas representá-lo graficamente para que se imprima na imaginação por intermédio dos olhos.
2. O tratamento do conteúdo de ensino.
a) O conteúdo dever ser contextualizado; aplicado à realidade dos alunos. Os ensinamentos bíblicos ministrados na ED têm de sair do campo teórico para o prático, ou seja, os conteúdos de ensino devem despertar nos alunos motivação para mudança de comportamento. Nenhum educador cristão deverá limitar-se ao conteúdo de uma matéria de ensino disposta em livro ou revista didática. Antes, deve ele em sua prática docente, considerar suas próprias experiências de vida como singular fonte de material útil ao bom êxito do ensino. Os livros que o professor lê, as pessoas com quem tem contato diariamente e cada experiência pessoal poderão constituir excelentes materiais para auxiliá-lo na suprema tarefa de esclarecer a Palavra de Deus a seus alunos.
Apesar de o material didático especializado ser de suma importância, nunca deverá o mestre desperdiçar a oportunidade de enriquecer suas aulas com sua prática de vida.
b) As informações devem ser transformadas em conhecimento. O professor não deve valoriza-las excessivamente.
Com o advento da globalização, a informação e o conhecimento estão à disposição de todos. Hoje uma pessoa pode ter acesso num só dia a um número equivalente de informações que um sujeito teria a vida inteira na Idade Média. A massa de conhecimento da humanidade que hoje dobra a cada dois anos, dobrará a cada 80 dias nos próximos 10 a quinze anos.
É quase impossível para o professor da classe de Escola Dominical competir com seus alunos, principalmente os jovens, em termos de quantidade de informação. Isto em função de os jovens passarem a maior parte do tempo conectados à Internet. O que fazer?
Os professores deverão ajudá-los a selecionarem e priorizarem as melhores informações para transformá-las em conhecimento útil às suas vidas em todas as áreas.
3. O conceito de aprender
Até o séc. XVI aprender era memorizar. A partir do séc. XVII Comenius considerou que aprender implica: compreender, memorizar e aplicar. Atualmente sabe-se que aprender é um processo lento, gradual e complexo. Envolve mudança de comportamento.
“Fixar, compreender e exprimir verbalmente um conhecimento não é tê-lo aprendido. Aprender significa ganhar um modo de agir”. (Anísio Teixeira)
O processo de ensinar tem como conseqüência obrigatória, o processo de aprender. Se o professor ensinou e o aluno não aprendeu, não houve verdadeiro ensino.
Planejamento
Quais atividades serão propostas? De quais materiais e ferramentas irão precisar? Quanto vai custar? Quais disciplinas serão envolvidas? Como conduzirá o projeto? Quantas aulas disporá para executá-lo? Quais estratégias usará para manter seus alunos interessados?
Os participantes deverão conhecer antecipadamente todas as etapas do trabalho. Deve-se considerar a quantidade de pessoas envolvidas, os recursos disponíveis, a metodologia utilizada, as fases e o prazo de execução (cronograma), os critérios de avaliação etc.
É imprescindível que a elaboração do planejamento seja realizada coletivamente pelos participantes.
No planejamento o professor deverá fazer aos alunos o seguinte questionamento:
O que? – Sobre o que falaremos/pesquisaremos? O que faremos neste projeto?
Por que? – Por que estaremos tratando deste tema? Quais são os objetivos?
Como? – Como realizaremos este projeto? Como operacionalizaremos? Como poderemos dividir as atividades entre os membros do grupo? Como apresentaremos o projeto?
Quando? – Quando realizaremos as etapas planejadas?
Quem? – Quem realizará cada uma das atividades? Quem se responsabilizará peloque?
Recursos? – Quais serão os recursos – materiais e humanos – necessários para a execução do projeto?
Etapas de um projeto
. Escolher o tema
· Planejar e organizar as ações (divisão dos grupos, definição dos assuntos a serem pesquisados, objetivos, recursos, procedimentos e delimitação do tempo de duração)
· Partilhar periodicamente os resultados obtidos ao longo da execução do trabalho
· Estabelecer com o grupo os critérios de avaliação
. Avaliar cada etapa do trabalho, realizando os ajustes necessários
· Fazer o fechamento do projeto
A escolha do tema
O tema poderá ser escolhido pelo professor, por um aluno ou em comum acordo com a classe. O importante é que ele seja de interesse de todos os que nele estarão trabalhando. Exemplos de temas: Vocação, drogas, sexualidade, temas bíblicos, teológicos, comportamento social etc.
Pode-se trabalhar com um único tema para todos os grupos, ou com um único tema onde cada equipe trabalha com uma particularidade, ou ainda com diversos temas.
É necessário que alguns questionamentos sejam feitos na escolha do tema: Até que ponto ele vai despertar e manter a atenção dos seus alunos? Quanto contribuirá para ampliar o conhecimento deles? Quais as vantagens e desvantagens de escolher este ou aquele tema?
Os objetivos
O que você pretende alcançar com este projeto? O que gostaria que seus alunos aprendessem com ele?
Problematização
Nesse momento os alunos irão expressar suas idéias, conhecimentos e questões sobre o tema escolhido. Neste momento, suas experiências, saberes e história de vida deverão ser bastante valorizados.
Pesquisa e produção
Nesta fase é fundamental a atuação do professor no acompanhamento da execução do trabalho. Suas intervenções devem levar os alunos a confrontarem suas idéias, informações e conhecimentos com outras visões de mundo, ou seja, outras maneiras de ver e analisar o problema que deu origem ao projeto. A diversidade de visões traz maior riqueza às discussões e o seu confronto favorece o exercício da autonomia e da responsabilidade do aluno sobre sua própria aprendizagem.
O professor poderá contribuir com o trabalho, trazendo para a sala de aula diferentes fontes de informações tais como: jornais, revistas, livros, documentos, textos colhidos na Internet, organogramas, mapas etc., tudo de acordo com a proposta do trabalho.
O trabalho deverá integrar-se com ações pedagógicas tais como: visita a bibliotecas, entrevistas com pessoas da comunidade, vinda de pessoas de outros lugares para trocar idéias e experiências sobre o tema em questão.
Na hora de formalizar o projeto oriente-se pelo seguinte esquema:
· Turma a que se destina (faixa etária)
· Duração
· Justificativa (por que escolheu o tema)
· Objetivos
· Conteúdos trabalhados (disciplinas e assuntos que serão abordados)
· Estratégias/procedimentos (como alcançar os objetivos)
· Material necessário (relacione os recursos necessários)
· Avaliação (como pretende avaliar os alunos)
Avaliação
A avaliação da ação pedagógica deve contar com a participação de todos os envolvidos, tendo sempre um olhar direcionado aos objetivos propostos e aos papéis desempenhados.
O professor, ao acompanhar o desenvolvimento do Projeto, pode não só avaliar sua atuação, como também ser avaliado pelos alunos.
A avaliação do aluno deverá ocorrer durante todo o processo e servir como parâmetro para o replanejamento das atividades em novos projetos. O próprio aluno pode se auto-avaliar considerando sua atuação e desenvolvimento no processo educativo.
Conclusão
Apesar de definidas as etapas de desenvolvimento de um Projeto de Trabalho, elas têm de ser consideradas como parte de um processo contínuo, sujeito a mudanças e recontextualizações de acordo com as necessidades que surgem no grupo durante a sua execução: jamais poderão ser reduzidas a uma lista de objetivos e etapas estanques a serem seguidas passo a passo. O planejamento deve ser suficientemente flexível para incorporar as modificações que se façam necessárias no decorrer de seu desenvolvimento.
Os conteúdos, as habilidades, a criatividade, por serem trabalhados em um contexto que dá a eles significado, são construídos de forma que os alunos não os vêem como compartimentos fechados do conhecimento, utilizáveis apenas na situação discutida em sala de aula. Ao contrário, essa metodologia possibilita aos educandos estabelecer relações em outras situações a partir do conhecimento apreendido, habilidade extremamente necessária e valorizada na sociedade atual.
Em sua prática docente, o professor de Escola Dominical cônscio de suas responsabilidades, deve preocupar-se não apenas em ampliar o cabedal teórico de seus alunos, mas em orientá-los quanto à necessidade de traduzirem seus conhecimentos em ação dinâmica e eficaz. A pedagogia de projetos é uma excelente aliada do professor no cumprimento desse propósito.
Por Marcos Tuler

Familia e Escola: Parceria de Sucesso!

A família e a escola formam uma equipe. É fundamental que ambas sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos objetivos que desejam atingir.
Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em comum, cada uma deve fazer sua parte para que atinja o caminho do sucesso, que visa conduzir crianças e jovens a um futuro melhor. O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que surgem na sociedade.
Existem diversas contribuições que tanto a família quanto a escola podem oferecer, propiciando o desenvolvimento pleno respectivamente dos seus filhos e dos seus alunos. Alguns critérios devem ser considerados como prioridade para ambas as partes. Como sugestões seguem abaixo alguns deles: Família • Selecionar a escola baseado em critérios que lhe garanta a confiança da forma como a escola procede diante de situações importantes;
• Dialogar com o filho o conteúdo que está vivenciando na escola;
• Cumprir as regras estabelecidas pela escola de forma consciente e espontânea;
• Deixar o filho a resolver por si só determinados problemas que venham a surgir no ambiente escolar, em especial na questão de socialização;
• Valorizar o contato com a escola, principalmente nas reuniões e entrega de resultados, podendo se informar das dificuldades apresentadas pelo seu filho, bem como seu desempenho. Escola • Cumprir a proposta pedagógica apresentada para os pais, sendo coerente nos procedimentos e atitudes do dia-a-dia;
• Propiciar ao aluno liberdade para manifestar-se na comunidade escolar, de forma que seja considerado como elemento principal do processo educativo;
• Receber os pais com prazer, marcando reuniões periódicas, esclarecendo o desempenho do aluno e principalmente exercendo o papel de orientadora mediante as possíveis situações que possam vir a necessitar de ajuda;
• Abrir as portas da escola para os pais, fazendo com que eles se sintam à vontade para participar de atividades culturais, esportivas, entre outras que a escola oferecer, aproximando o contato entre família-escola;
• É de extrema importância que a escola mantenha professores e recursos atualizados, propiciando uma boa administração de forma que ofereça um ensino de qualidade para seus alunos. A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o sucesso da educação de todo indivíduo. Portanto, pais e educadores necessitam ser grandes e fiéis companheiros nessa nobre caminhada da formação educacional do ser humano.

Por Elen Campos Caiado Graduada em Fonoaudiologia e PedagogiaEquipe Brasil Escola

Importância e área de atuação da Pedagogia



A sociedade contemporânea tem sido assinalada por rápidas modificações de desempenho, que se refletem claramente na área educacional. Para acompanhar essas alterações, governos e educadores se empenham numa fundamentada reconstrução sobre a concepção de educadores. Através desse contorno contemporâneo dado à educação e às sucessivas mudanças em seu conceito, deixa de ser reservada a atuação de ensino-aprendizagem somente em espaços escolares formais, esse procedimento atravessa os muros da escola, para diferentes e diversos setores como: ONGs, família, trabalho, lazer, igreja, sindicatos, clubes, etc. Faculta-se atualmente devido às mudanças ocorridas um novo cenário para a educação, dando uma cartografia significante à educação não formal. O pedagogo, na sociedade em que vivemos passa a atuar como educador social em empresas, hospitais, ONGs, associações, igrejas, eventos, emissoras de transmissão (rádio e Tv), formando atualmente, um novo panorama de ação deste profissional, que ao atravessar a divisória da escola, invalida preconceitos e idéias de que o pedagogo está apto para exercer suas funções apenas na sala de aula. Nos dias atuais o lema é de que onde houver uma prática educativa, se instala uma ação pedagógica. O processo de ensino-aprendizagem é vivenciado não somente dentro da escola, mas é uma ação que acontece em todo e qualquer setor da sociedade, que se caracteriza como a sociedade do conhecimento, porque a educação formal e a não formal caminham paralelamente e tornam a educação o principal instrumento contra a desigualdade social. Pedagogia se refere à arte, ciência e profissão de ensinar. O curso de Pedagogia tem sua origem vinculada à Faculdade Nacional de Filosofia, Ciências e Letras e à de Educação, criada em 1937. A licenciatura em Pedagogia, nos termos das diretrizes curriculares nacionais, assegura a formação de profissionais da educação prevista no art. 64 da Lei nº 9394/96 que diz:A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. Ao mesmo tempo em que forma professores, a Pedagogia prepara pessoas capazes de compreender e colaborar para a melhoria da qualidade em que se desenvolve a educação na realidade brasileira, envolvidos e compromissados com uma formação da idéia de transformação social. O curso de licenciatura em Pedagogia terá carga horária mínima de 3.200 horas de efetivo trabalho acadêmico. Assim, o curso de graduação em Pedagogia oferece ao pedagogo uma formação integrada para exercer a docência nas séries iniciais no Ensino Fundamental, na Educação Infantil e nas disciplinas pedagógicas dos cursos de formação de professores e também para atuar na gestão dos processos educativos escolares e não-escolares bem como na produção e difusão do conhecimento do campo educacional. As atividades docentes também abrangem a participação na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, no planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação; planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares; produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não-escolares. Fontes consultadas: DCN da Pedagogia

Amélia Hamze (ahamze@uol.com.br)

Ensino e aprendizagem em ambientes virtuais


Compreendida como fato social, a Educação não está descolada da realidade material e subjetiva que a gera e lhe confere especificidade. Nesse sentido, o desenvolvimento de relações sociais de novo tipo, promovidas e propiciadas, sobretudo por transformações que se operam na base material de vida e conseqüentemente nas novas configurações de poder, resultam na necessidade de desenvolvimento de processos educativos novos.
É assim que as novas tecnologias da informação e da comunicação, e especificamente o ciberespaço, com as possibilidades que encerram, adquirem importância fundamental e merecem destaque em qualquer reflexão que venha a ser feita sobre a importância e as demandas para uma educação na atualidade, uma vez que, estas já vêm sendo amplamente utilizadas em diversos setores da cultura contemporânea, correspondendo, portanto, o importante elemento constitutivo da base histórica sobre a qual se desenvolve o que vem sendo conhecida como sociedade da informação.
A professora Paiva (2002) apresenta a seguinte reflexão:
“Estamos imersos na era das redes digitais hipervelozes, que disponibilizam incessantemente, informações de acesso imediato, em uma ambiência de usos partilhados e interatividades. Os fluxos infoeletrônicos reconfiguram o campo da difusão simbólica, seja em decorrência da brusca aceleração tecnológica, seja pelas modalidades dialógicas que se manifestam.”
A questão das novas tecnologias e conceitos como saber flexível, aprendizagem cooperativa, interdisciplinaridade, transdisciplinaridade, currículo integrado, redes de aprendizagem e educação continuada e à distância começam a se fazer cada vez mais presentes nos ambientes acadêmicos e políticos, sobretudo quando está em pauta a discussão sobre a necessidade de renovação dos processos educacionais.
“Trabalhar hoje equivale cada vez mais a aprender a transmitir saberes e produzir conhecimentos.
(...) o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que ampliam, exteriorizam e alteram muitas funções cognitivas humanas. (LEVY ,1999)
Carlos Henrique Medeiros de Souza* & Fernanda Castro Manhaes

sábado, 15 de maio de 2010

Tecnologia na Educação


Especialistas discutem uso de tecnologias para formação e capacitação
Por Lílian Burgardt

Quanto, como e por que investir em tecnologia na educação? Com estas provocações o diretor da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), Fernando Souza Meirelles, deu início a sua palestra, na manhã de hoje, durante o Congresso Internacional e-learning Brasil 2007, em São Paulo. As provocações tinham como objetivo levar a comunidade envolvida com educação presente no evento, a pensar na forma como o processo de ensino/aprendizagem se transformou nos últimos anos e como ele ainda passará por novas mudanças, graças à influência da tecnologia.

Muito embora haja uma profunda movimentação em prol do uso de ferramentas inovadoras em sala de aula, o diretor da FGV apresentou uma pesquisa realizada pelo próprio instituto com os indicadores do uso de TI (Tecnologia da Informação) nas instituições de Ensino Superior no Brasil e no mundo para exemplificar o quanto ainda é preciso evoluir para que se ofereça educação de qualidade.
A pesquisa da FGV somou todos os investimentos destinados a TI e os dividiu pela receita das instituições. Das 80 instituições de Ensino Superior avaliadas, os investimentos em TI alcançaram o índice de 8,6%. As 300 instituições de Ensino Superior mais relevantes no mundo, somadas, chegaram a 10,8%. Para quem acha que este índice é expressivo, outro índice que mostra a falta de investimentos em tecnologia é de que, só no Brasil, as instituições financeiras investem 12% do seu faturamento. "É muito pouco em um cenário promissor", disse.
Segundo Meirelles, atenta a estes dados, a FGV vem se reinventando. Desde 2001, quando a instituição passou a investir em EAD e oferecê-la a seus alunos há um crescimento exponencial do interesse, inclusive por parte dos docentes, que se mostram interessados em aprender a lidar com novas tecnologias em sala de aula. O resultado desse investimento fez com que, nos últimos três anos, a universidade montasse uma comissão para refazer um de seus cursos de graduação, a fim de torná-lo ainda mais atraente para seus alunos. "Tínhamos qualidade, excelentes alunos, mas queríamos inovar e com o uso de tecnologias foi possível melhorar aquilo que já era muito bom", disse.
Cenário das tecnologias educacionais
Muitas das mudanças efetuadas no curso da FGV se deram por uma atenção especial ao perfil dos novos alunos das universidades. "Hoje, os jovens que ingressam na graduação são aqueles que foram alfabetizados na cultural digital, ou seja, os nativos digitais. E, para eles, a antiga proposta de educação não só não é interessante, como não funciona", afirmou.
Por isso, segundo Meirelles, antes de redesenhar o curso, foi preciso observar as diferenças entre os nativos e os imigrantes digitais (aqueles que não foram alfabetizados neste sistema). São elas:
Manuseio da informação
Imigrantes: a querem de forma lenta, controlada.
Nativos: precisam da informação rápida e multimídia.
O processo
Imigrantes: tarefa única e linear.
Nativos: múltiplas tarefas; perfil interdisciplinar.
Visão
Imigrantes: prioridade para o texto, som e imagem depois.
Nativos: querem tudo ao mesmo tempo.
Seqüência
Imigrantes: passo-a-passo; uma etapa após a outra.
Nativos: seqüência aleatória, multiplicidade de links.
Rede (networking)
Imigrantes: independente; sem interação.
Nativos: super interatividade.
"O tempo e a noção das ferramentas de interatividade são percebidas e utilizadas com completa discrepância entre imigrantes e nativos. Hoje, se você oferece um curso à distância com todas as ferramentas de interação possíveis, depois de meia hora do fim da classe, você receberá o link de uma comunidade paralela criada por seu aluno para discutir o tema. E mais, com a participação de outros alunos", diz.
Por essa mudança de perfil que Meirelles destaca a necessidade de reformulação nos modelos de educação e na adequação dos cursos on-line para um modelo cada vez mais interativo. Fora isso, ele lembra a necessidade de oferecer capacitação para que os professores estejam preparados neste novo modelo de ensino/aprendizagem.
O presidente do Virtual Educa, evento voltado para a discussão de novas tecnologias em sala de aula, Heitor Gurgulino de Souza, lembrou que novos modelos de educação são discutidos há mais de 30 anos no Brasil, quando o e-learning ainda engatinhava por aqui.
"Há 36 anos, quando ainda era reitor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), participei de um evento cujo tema era: ação e reação da academia frente às novas demandas da educação. Já naquele tempo discutíamos a necessidade de reforma da universidade. Isso mostra que o tema nunca vai deixar de existir. É preciso estar sempre atento aos novos desafios e promover mudanças em prol da educação", concluiu.

Boas Vindas

Este blog possui a finalidade de abrir horizontes no que tange a metodologia da prática pedagógica, além de todo assunto relacionado a educação em todas as suas formas.